segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

[RESENHA] - Morte Súbita


Informações: 
Edição:
Editora: Nova Fronteira 
ISBN: 9788520932537 
Ano: 2012 
Páginas: 504 
Tradutor: Maria Helena Rouanet 
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Sinopse: Quando Barry Fairbrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque. A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra. Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista. A vaga deixada por Barry no Conselho Distrital logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? 



Se você pega esse livro achando que é uma versão adulta de Harry Potter, desista! Logo de cara pode-se perceber a sutileza na mudança no estilo juvenil da J.K. Rowling e isso muito me agradou. A narrativa desde o inicio é forte, como é a sua marca registrada, apesar da historia ser mais densa e desse inicio ser mais lento não é algo maçante de se ler. É realmente rico em detalhes. 

O livro começa com a morte (súbita) de Barry Fairbrother. O leitor encara isso como algo normal e inevitável, afinal é apenas o começo e alguém tem que morrer, porém conforme a narrativa se desenvolve e a comoção entre os moradores pela morte dele é contada, começa uma mudança de pensamento. Passamos a conhecer tão bem Barry através dos olhos de seus amigos (e inimigos) que a vontade de tê-lo conhecido em vida é tão grande que chega a ser estranha. 

Pagford é uma cidade de interior bem agitada por conta dos seus moradores, e com essa vacância (cargo vago) tudo está ainda mais agitado. A disputa pela vaga acaba gerando vários eventos e isso guia a história para outros rumos. 

A história demora um pouco pra começar a encorpar, mostrando os rumos que irá seguir, mas depois é realmente empolgante. Após o leitor ser devidamente apresentado aos personagens o foco central da trama começa a desenrolar e acaba atiçando a curiosidade. 

A cada nova pagina a trama esquenta, apesar de ser uma historia densa e pesada ela não é parada e sempre está acontecendo algo novo. J.K. Rowling surpreende a cada novo paragrafo descrevendo as varias facetas humanas em cada um dos personagens, desenvolvendo uma critica sobre o verdadeiro caráter das pessoas. Trabalhando com bullying, xenofobia, a descoberta da sexualidade, a rebeldia na adolescência, a violência em casa e a vida de aparências. Realmente fiquei deslumbrada como tudo se interliga ao redor de uma morte súbita em uma cidade pequena. 

Seus personagens são tão bem trabalhados que ficamos com a impressão de que os conhecemos pessoalmente. E o que mais me chama a atenção é que a família de Barry, cuja a morte desencadeia tudo, é meramente secundária, pois tudo gira em volta do Conselho Distrital e todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente. Assim, não há apenas um protagonista, mas a cidade de Pagford em si é o centro da trama. 

E em meio a toda essa confusão estão os adolescentes do livro que veem seus pais brigar por algo que ainda não entendem. E como sempre os adolescentes são os personagens mais profundos e melhor descritos pela Rowling. 

Eu acabei demorando mais que o costume pra terminar de ler esse livro. Eu dei uma longa pausa na leitura. Não porque o livro não estivesse envolvente ou interessante, mas sim por sua densidade. Não é um livro pra se ler quando se está doente ou muito estressado, pois isso tiraria o foco e esse é aquele tipo de livro para se analisar as situações e contextualizar com a sociedade em que vivemos. Pagford tem muito, senão tudo, do que vivemos em nossos bairros, com nosso sistema de governo e toda a jogatina que isso tem. A análise de cada personagem e os motivos que os levam a ter algumas atitudes deve ser feita com calma e apesar de ser ficção são tão criveis que valem a pena pensar um pouco a respeito e se colocar no lugar para saber da própria reação na mesma situação. 

Eu adorei a essência da historia, afinal foi um ciclo completo na vida de toda a cidade, desde a morte de Barry Fairbrother até o desfecho que se teve. Realmente apreciei como cada família foi tendo seu final que de certa forma eu estava torcendo. J.K. Rowling realmente criou um universo fácil de se gostar e envolver. 

O livro é uma verdadeira obra de arte, cheio de ódio, rancor, remorso, inveja, ciúmes, um humor negro que fere e, como também não pode faltar, carinho, afeto e amor. Essa trama foi algo realmente poderoso e envolvente, digno de uma autora de peso como J.K. Rowling. 



Critérios de Avaliação 


a) Arte da Capa: 
A capa veio na versão inglesa. Eu particularmente não gosto dela. É extremamente simples, e seu tom amarelo gema é detestável. Pra quem é visual essa capa não é nem um pouco atrativa. 


b) Trama: 
A trama é densa e pesada, cheia de palavrões, com muitos personagens. É bem rica em detalhes e muitíssimo bem costurada, não deixando nenhuma ponta solta. 


c) Caracterização das Personagens: 
Os personagens são descritos com uma riqueza de detalhes incríveis. Há os odiosos, que de tão odiosos acabam conquistando a afeição do leitor. Cada um com sua historia cativa a atenção e deixa curioso sobre o seu futuro dentro da cidade. 


d) Qualidade do Livro (papel, letra, erros, etc.): 
A diagramação está boa, as letras são de tamanha médio o que ajuda e muito na hora de ler. O papel é liso, num tom creme o que também deixa a leitura mais confortável. A revisão está maravilhosa. 


e) Comparação com outras obras do gênero: 
Rowling me fez lembrar um pouco das obras da Agatha Christie, que também trabalha a fundo todos seus personagens e a vida nas pacatas cidades britânicas. Com a mistura de emoções e as criticas veladas em cada situação Morte Súbita é um livro único. 


Nota: 5,0 




2 comentários :

  1. Já li algumas resenhas destes livros, as taias foram super positivas o que só fez a vontade de ler este livro aumentar.
    Com certeza ela vai pra minha listinha.

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    1. J.K. se superou nesse livro. Eu adorei cada segundo da leitura. Vale a pena conferir!!

      Abraços

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